terça-feira, 10 de novembro de 2009

Doce Ironia

Minha ironia
doce ironia,
te deprime,
te traz fantasias..

Meu falar te entontece
te mostra o amargo em um paladar,
te expôe o jeito insano
de saber expressar.

A palavra certa
na hora correta,
te atinge como flecha
disparada, que fere, mata.

Em súbito,
no clímax inesperado,
surgem turbilhões de verbos
alinhados no diálogo ordenado.

Minha ironia,
doce ironia,
te entontece, te queima,
como vinho seco que inebria

Edson José, 07/11/09

domingo, 1 de novembro de 2009

Chuva de Novembro

Pingos voam nos ares,
mas não é um simples orvalho,
tampouco poeiras ao vento
no longo mês de maio.

É só uma chuva branda,
como outra de verão,
que vem, que passa,
que deixa marcas e lamas no chão...

Que deixa aquele cheiro
de terra molhada,
e lembra de tardes em casa,
preso, sentado no degrau da escada.

É só uma chuva branda,
como outra qualquer,
presente em novembro
que molha a enlutada mulher.

Que lembra da mesma mulher,
que chora em Finados,
por ter perdido seu marido
que hoje vive em paz e sepultado...

Sepultado em uma caixa,
que não é de presentes,
nem é de Natal,
é fruto, pois, do original pecado...

E de longe,
a triste viúva chora,
misturando lágrimas com chuva
por causa de um amor que foi embora.

Edson José, 01/11/09