domingo, 1 de novembro de 2009

Chuva de Novembro

Pingos voam nos ares,
mas não é um simples orvalho,
tampouco poeiras ao vento
no longo mês de maio.

É só uma chuva branda,
como outra de verão,
que vem, que passa,
que deixa marcas e lamas no chão...

Que deixa aquele cheiro
de terra molhada,
e lembra de tardes em casa,
preso, sentado no degrau da escada.

É só uma chuva branda,
como outra qualquer,
presente em novembro
que molha a enlutada mulher.

Que lembra da mesma mulher,
que chora em Finados,
por ter perdido seu marido
que hoje vive em paz e sepultado...

Sepultado em uma caixa,
que não é de presentes,
nem é de Natal,
é fruto, pois, do original pecado...

E de longe,
a triste viúva chora,
misturando lágrimas com chuva
por causa de um amor que foi embora.

Edson José, 01/11/09

2 comentários:

Everton Siqueira disse...

Muito bom rapaz....finalmente um poema com conteúdo, que não fica só no "lenga lenga" rs....aqueles que no fim você lê e parecem palavras bonitas soltas ao vento...

Já tô seguindo...sempre vou passar aqui conferir...

Professor Marcos Paulo disse...

Excelente irmão, muito bom mesmo. depois me mande seu e-mail que vou enviar à você um livro de poesias de um poeta aqui de nossa paróquia!
Salve Maria